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Eu devia ter uns 15 ou 16 anos, não em recordo bem. O olhar fixo no horizonte parecia estar acima de qualquer surpresa possível que o mundo pudesse trazer. A surpresa era quase normal. Mas ali, podia ser diferente, porque as pessoas que íamos encontrar eram diferentes. E eis senão quando o que para muitos poderia ser um murro no estômago, para mim passou a ter a forma de uma pessoa um pouco mais pequena do que eu, que veio a correr para o meu colo mal a porta abriu. Entretida com um cabelo comprido, aparentemente estranho num rapaz, ficámos assim, num colo/abraço, durante toda a visita. Hoje, ao ver o Papa visitar pessoas fantásticas como aquela que conheci há cerca de 20 anos, voltei a ver tudo outra vez. E esse olhar acima do horizonte da surpresa, por momentos, voltou.