Em 2011, algures por aqui, o pensamento pairava sobre o tumor de que a «pólis» sofria, no tempo de Platão, como nessa altura, como sofre hoje. Passado este tempo, o tumor parece continuar lá. Talvez ainda maior, ou então do mesmo tamanho, mas com aparência diferente. Por ser mutável, não tem cura. Por muito que o FMI e a Europa tentem aplicar-lhe doses de quimioterapia. Dá-nos a ideia de que a cidade é grande, quando apenas está inchada. Pela doença, como pela cura. Pelo zelo, como pela injustiça. Pelo facilitismo, como pela burocracia. «C’um raio», por tudo, e pelo seu contrário.
«Diz-se que fizeram grande a cidade, mas não se vê que ela está apenas inchada, que esta grandeza que lhe criaram é uma espécie de tumor (…) encheram a cidade de portos, estaleiros, muralhas, impostos e outras bagatelas do género».
(in «Górgias»)
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